Uma tentativa de assalto a duas agências bancárias no município de Guararema, na região metropolitana de São Paulo, terminou com onze pessoas mortas na madrugada de hoje (4). De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, todas as vítimas eram criminosos envolvidos na ação.
Segundo a polícia, cerca de 25 criminosos tentavam explodir caixas eletrônicos quando foram surpreendidos por policiais militares. Na tentativa de fuga, os bandidos atiraram contra as equipes policiais. Houve perseguição e troca de tiros em diferentes pontos do município. Parte dos criminosos chegou a fazer reféns em uma residência, mas as vítimas foram libertadas.
O vigilante Henrique Gouveia seguia de bicicleta pela Rua Álvaro Campagnoli quando ouviu o barulho de uma explosão, por volta das 3h da madrugada. “Foi tudo em sequência, como em um filme. Depois das explosões teve um monte de tiro, depois o barulho de sirenes, mais tiros e muito barulho. Eu vi que havia movimento no calçadão perto do Santander e imaginei que fosse assalto.” Gouveia se protegeu, mas viu dois carros entrarem “com tudo” na rua sem saída. “Vários bandidos desceram e foram para cima de um rapaz que trabalha de porteiro e o levaram para o mato. Depois eu soube que ele foi libertado.”
O padeiro Antonio Daniel, que trabalha na panificadora Flor, chegava de Jacareí, cidade onde mora, por volta das 5h, e viu um cenário de horror. “Um monte de viatura, ambulância, gente correndo. As ruas estavam bloqueadas, tive que dar volta, mas deu para ver o Banco do Brasil estourado.”
Na cidade, algumas escolas não iniciaram as aulas no horário normal. De acordo com Aline Cristina de Faria, funcionária terceirizada da prefeitura, o transporte de alunos foi afetado e, sabendo do ataque, os pais não mandaram os filhos para as aulas. “Eu só fiquei sabendo de manhã, mas uma vizinha que mora em um sobrado, ao lado de casa, viu tudo.” Segundo ela, o departamento de trânsito interditou algumas ruas do centro por segurança.
Às 9h30, várias ruas do centro, entre elas a Rangel Junior, onde fica o Banco do Brasil, e a Major Paula Lopes, onde fica o calçadão e o Santander, estavam interditadas. Em ao menos seis pontos, os criminosos lançaram “miguelitos”, pregos retorcidos para furar os pneus dos veículos em caso de perseguição. Uma viatura da PM teve os pneus furados.
As buscas continuam na manhã de hoje. Equipes do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e do Centro de Operações Especiais (Coe) auxiliam o policiamento local. Foram apreendidos sete fuzis, quatro pistolas, explosivos e coletes balísticos, utilizados pelos bandidos . A Superintendência da Polícia Técnico-Científica informou que vai reforçar as equipes de peritos para atender à ocorrência, que será investigada pela Polícia Civil.
0 Comentários