Um dia após a divulgação da programação do Festival de Inverno de Garanhuns (que nesta 28ª edição tem como tema aliberdade), o prefeito da cidade, Izaías Régis, procurou o secretário de estadual de Cultura, Marcelino Granja, para pedir que retirasse da programação a peça teatral "O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu".
Diante da afirmação de que não haveria modificações, Régis declarou que não irá ceder o Centro Cultural de Garanhuns para a apresentação do espetáculo. Em seguida, foi à imprensa para defender sua posição, alegando que Garanhuns "é uma cidade cristã" e que a peça seria ofensiva a grupos religiosos. A confusão alcançou as redes sociais, dividindo opiniões.
O espetáculo estreou em 2016 e vem enfrentando oposição em várias cidades por onde passou. Em Porto Alegre e em Salvador, por exemplo, foi alvo de ações na Justiça pedindo (sem sucesso) o seu cancelamento. Em Jundiaí (SP), a apresentação foi suspensa por ordem judicial. Já no Rio de Janeiro, o prefeito e pastor Marcelo Crivella cancelou uma apresentação, mandando fechar o espaço teatral onde iria acontecer.
"Antes do advento de Crivella, a gente podia citar o Rio como um farol para o restante do Brasil. Não podemos deixar que Pernambuco passe por uma vergonha semelhante, esquecendo nossa tradição libertária", acrescentou Dourado. No último dia 03 de junho, a peça esteve em cartaz no festival de teatro Trema!, no Recife. Não enfrentou problema algum, e foi um sucesso de público e crítica.
"O FIG é um espaço de liberdade e esperamos que essa polêmica não seja um estopim para a intolerância", disse Marcelino Granja, enfatizando que a programação será mantida. Ele explicou à Folha de Pernambuco que a curadoria do festival é feita de forma pública e que é preciso respeitar a Constituição Federal, que preconiza a liberdade de pensamento e de expressão artística.
(infor e imagem do www.folhape.com.br)
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